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Memória e distopia em Branco Sai Preto Fica

por Cláudia Mesquita


Em nossa leitura de Branco Sai Preto Fica (2014), convocamos a noção de “regime de historicidade” (HARTOG, 2013) para compreender como, em sua articulação de passado, presente e futuro, o segundo longa-metragem de Adirley Queirós não apenas compõe testemunho e elementos do cinema de ficção científica, como confronta o futurismo que norteou o projeto e a construção de Brasília. Entre um futuro imaginado e um passado real traumático, situa-se o tempo dominante na narrativa, o “presente” de Ceilândia. Entre aspas: a atualidade já aparece especulada pela ficção, de modo a tornar mais nítido o desenho distópico. Propomos examinar, a partir do trabalho de encenação, o que essa especulação aporta para uma abordagem crítica da cidade atual, atentando-nos ainda para a historicidade fabricada pela narrativa: como se articulam passado, presente e futuro nesta fábula intrigante em que a memória coletiva de Ceilândia é investigada por um viajante no tempo.

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