Ao longo de cinco anos, entre o final da década de 1970 e o início da seguinte, os cineastas colombianos Marta Rodríguez e Jorge Silva transformam o testemunho da luta política do Conselho Regional Indígena do Cauca no monumental Nuestra Voz de Tierra, Memoria y Futuro (1982), filme fundamentalmente compósito, pontuado de alegorias, reencenações da luta ou reescritas da história, fragmentos ensaísticos, interrogações da paisagem andina e da arquitetura bogotana, numa articulação rara entre o pensamento mítico e o pensamento político. A tentativa aqui é pensar como esse clássico do novo cinema latino-americano é capaz de nos fazer pensar a relação intrínseca e necessária entre insurgência e invenção de formas.

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