por Kátia Lombardi
Afghanistan chronotopia – Simon Norfolk – 2001
A partir de uma seleção de trabalhos fotográficos que abordam guerras sem, contudo, mostrar as ações e os combates em si, apresentaremos outras maneiras de tratar a temática em questão. Trata-se aqui de trabalhos relacionados à presença/ausência de vestígios nos lugares onde os conflitos se deram. Fotógrafos como Sophie Ristelhueber, Simon Norfolk, Donovan Wylie e Paola De Pietri voltaram seus olhares para épocas passadas em busca daquilo que restou nos campos de batalha. Retomamos o pensamento de Walter Benjamin para pensar que a experiência histórica é marcada pelo inacabamento, pela descontinuidade, e no vestígio estaria a possibilidade de resgatá-la, ainda que parcialmente. Em contraposição à fotografia de guerra espetacularizada, comum em nossos tempos, as imagens dos trabalhos que serão comentados mostram o desencanto dos campos marcados pelas cicatrizes da guerra, pelo silêncio constrangedor que substitui os sons dos disparos, das ordens disciplinares, da movimentação dos soldados e de suas máquinas.
British watchtower – Donovan Wylie – 2005
Bunker Archaeology Paul Virilio – 1975
Fait – Sophie Ristelhueber – 1992
Hidden – Paul Seawright – 2002